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Olá, aqui é a Priscila.
Hoje vou falar um pouco sobre a Comunicação Não Violenta, que aqui chamarei de CNV. Para contextualizar, a CNV é uma forma na qual a gente consegue se expressar e dizer aquilo que precisa ser dito de uma forma conciliadora e não reativa. É um jeito empático de nos comunicarmos. O termo piloto automático é bem ilustrativo. Muitas vezes reagimos, ao invés de agir com transparência e consciência.
A CNV nos convida a olhar para os sentimentos, a investigar quais são as nossas necessidades e o que é realmente importante para o momento, a pessoa ou o contexto. Ela convoca a autorresponsabilidade e nos oferece em troca o poder dos pedidos. Nos ajuda a cuidar daquilo que é importante para nós e para as pessoas que amamos e que estão ao nosso redor.
A CNV tem um fluxo dividido em 4 partes: observação, sentimento, necessidade e pedido. O primeiro passo é a observação. Essa observação precisa ser sem julgamentos, sem juízo de valor e sem opinião. Se expressar com honestidade.
Ao invés de dizer: Nossa, como você é folgado, nunca me ajuda com os relatórios! Eu digo: “Ontem depois que acabou a reunião você me deixou preparando o relatório sozinha”. Ponto final, é um fato observável, inquestionável e sem julgamento, que coloca a comunicação num nível bem próximo do que aconteceu. Ao contrário do julgamento que cria uma reação defensiva imediata.
O segundo passo é o sentimento, então eu vou informar a pessoa o que este fato observável despertou em mim.
“Ontem depois que acabou a reunião você me deixou preparando o relatório sozinha e eu me senti desapontada e frustrada”. Narrei o fato e identifiquei como a situação me fez sentir. A CNV estimula uma forma de expressão reveladoramente emocional, dialogar a partir de um sentimento desarma uma contrarreação hostil. Então passamos para o terceiro ponto, que são as necessidades. Antes de explicar as necessidades, eu queria dizer que o Marshall, criador da CNV, criou uma lista de Necessidades Humanas Universais. Ou seja, todos nós
temos necessidades exatamente iguais e que são essenciais para a nossa vida (https://www.institutocnvb.com.br/copy-of-materiais ).
Há necessidades básicas, fisiológicas como comer, dormir, beber água, se exercitar, etc. Mas também temos necessidade de autonomia, expressão, de se sentir amado, acolhido e respeitado.
Vamos ao exemplo:
“Ontem depois que acabou a reunião você me deixou preparando o relatório sozinha e eu me senti desapontada e frustrada. Para mim é importante ter o seu apoio e parceria, posto que estamos todos sobrecarregados e precisando de ajuda”.
Apresentei o fato, me conectei com o meu sentimento e emoções, para então revelar a minha necessidade, que nesse caso era apoio e parceria para dar conta de fazer o relatório. A CNV faz um convite para que se manifeste claramente qual necessidade que não está sendo atendida. Quando nos comunicamos a partir de nossas necessidades, sentimentos e desejos, temos mais chance de ser atendidos do que quando usamos julgamentos e avaliações.
Se queremos uma reação compassiva devemos oferecê-la primeiro.
Por fim o último passo: o Pedido
Quando faço um pedido claro e específico tenho mais chance de ser atendido. Meu pedido é ajuda para organizarmos juntos a lista prioridades da área para decidir como cada um pode cooperar com as entregas dos relatórios de gestão no prazo. Podemos sentar e rever esse acordo?
Uma dica: Deixe claro o que você quer e não aquilo que não quer.
Não quero que é um não-pedido. Seria melhor pedir que fale num tom mais baixo.
Como diria Marshall, Toda agressão é uma expressão trágica de uma necessidade não atendida. A CNV não é uma maneira de te fazer parecer passivo, simpático ou com ausência de força, mas em como chegar em resoluções que possam alinhar você, o outro e o mundo em que vivemos.
É preciso persistência e tranquilidade para entender que existe um espaço seguro para discordar – e mesmo assim seguir conectado e dialogando em harmonia.
E ai, vamos praticar?